Vendo essa charge do Aroeira, me lembrei de um pedacinho da minha história:
Eu tinha uma pastinha velha e surrada com um monte de charges dele que eu recortava e guardava, de quando ele trabalhou em O Globo.
Tinha uma charge que eu adorava: o Lula num carrinho na frente, o FHC com um Rolo compressor atrás, buzinando, e o Lula gritando "Passa por cima!".
A charge foi impressa em um tamanho pequeno e na época era um mistério pra mim entender como ele coloria aquelas charges. Ficava olhando pra ela por horas e horas tentando descobrir como ele fez, que técnica usou, essas coisas de desenhista... hoje sei que ele deveria usar uma tinta guache ou ecoline.
Nessa pasta também tinha várias charges com o Michael Jackson, em preto e branco (não, não estou usando trocadilhos), que eu gostava pacas - e também não sabia como ele fazia. Naquela época eu não sabia quase nada! - e o desenho dele sempre me agradou por ser diferente do desenho de cartum da geração que eu conhecia.
Nessa época (1993/94) eu morava na rua Julio Bueno, em Manhuaçu. Em um dia infeliz, acordei, a enchente havia levado minha pastinha surrada junto com as charges dele e mais uma porrada de livros e revistas que eu tinha comprado, usando a grana que ganhava pintando faixas e muros pela cidade durante meses e meses (eu odiava pintar letreiros!). Juntar essa grana foi como colocar moedinhas em um cofrinho o ano inteiro esperando conseguir comprar algo que preste no Natal.
Mais uma vez na vida tive de começar do zero. (:0) )#
