11 de abr. de 2018

Charges



Aí é que está a diferença entre o Chargista profissional e o cara que desenha e fala que o desenho é uma charge: falta informação, ponderação, expressão, isenção de paixões e por fim, opinião expressa de modo claro.Esse lance de que o país passa por um momento tal e "EU TENHO que falar alguma coisa", é uma cilada. Tem horas que é melhor ficar calado. Analisar, antes de tudo.
Quando ocorreu o atentado terrorista, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, o Angeli teve uma posição, como chargista, das mais inteligentes que já vi. Fez esse desenho que ilustra essa postagem. Lembro de ver uma entrevista dele onde dizia que, como não sabia o que estava acontecendo direito naquele dia e era o dia dele na escala da charge da Folha, ele fez essa charge.
Charge não é só uma "piadinha". Nunca é. Até a "piadinha" do chargista tem alguma opinião embasada, mesmo que inconscientemente. É a força do hábito. O cara não consegue fazer uma piada sem um fundo social e político por trás.
Por que estou dizendo essas coisas? Porque nunca vi tanta charge mais ou menos, igual tenho visto por esses dias. 
Chargista não tem que ir na opinião do público. Ele tem que ir na opinião dele. Seja boa ou ruim. Observe os profissionais tarimbados pra você ver.
E sim, não somos donos da verdade. Erramos, também. Mas, procuramos acertar mais do que errar. 
Toda profissão é assim, não é?
Abração procêis!
Rico

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